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Publicado 29/05/2021 às 12:12

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Agricultura Familiar - A raiz do desenvolvimento!

Entrevista com Vanessa Debastiani

Agricultura Familiar - A raiz do desenvolvimento!
Agricultura Familiar - A raiz do desenvolvimento!

 

O Brasil se urbanizou, milhões foram para as cidades. O mundo passou - e segue por transformações, mas entre um avanço e outro, se existe algo do qual jamais poderemos abrir mão, é a agricultura.
Se o agricultor não produz, a cidade não come!
Em Alto Feliz, município essencialmente agrícola, temos muitos exemplos bonitos de gente que faz acontecer. São jovens que apostam na força da produção primária, seguem morando no interior.
Mais do que isso: investem em qualificação, estão de olho em novas técnicas, novos processos produtivos. Querem produzir mais e melhor. Eles são o futuro da agricultura familiar, base da economia de Alto Feliz.
Quem são estes jovens? O que produzem? Que perspectivas de futuro têm? Por que decidiram apostar no setor primário? Por que não se deixaram iludir pelas luzes da cidade grande?
No projeto Agricultura Familiar - A Raiz do Desenvolvimento, você vai conhecer relatos e depoimentos de jovens que ajudam o município a prosperar e, ao mesmo tempo, plantando sementes sadias da sua própria história de vida.
Quem abre a série de reportagens é Vanessa Debastiani, moradora de Sete Colônias.

 

VANESSA DEBASTIANI
A força e vontade de trabalhar de uma jovem
O sol brilha sobre a residência de Vanessa Debastiani apenas por algumas horas nesta época do ano. Escondido atrás do morro e ainda encoberto pelo mato, a ausência do astro rei deixa a casa a maior parte do dia sombreada no inverno, na bela paisagem de Sete Colônias.
Mas a sol brilha mesmo assim refletindo a vontade de trabalhar da jovem de 32 anos, envolvida na plantação de mudas de uva e figo, carros-chefes da renda familiar.
Vanessa é um dos vários bons exemplos de jovens alto-felizenses que são garantia de sucessão familiar, está longe da fila de tantos outros jovens que deixaram o interior para trás e foram viver o sonho da cidade.
No caso de Vanessa, as luzes e as vitrines de shoppings centers nunca fascinaram. ’Ser agricultora é uma profissão como qualquer outra-, resume a filha mais de jovem de Romeu Luiz e Salete Pegoraro Debastiani. Eles, os pais, claro, sempre moraram em Sete Colônias, assim como a Olinda, 92 anos, que está na localidade desde que casou, aos 23 anos.
Vanessa foi crescendo e aprendendo sobre as mudas, e hoje está à frente dos negócios. No auge da safra, até 1.500 mudas são arrancadas por dia, e com tecnologia. Máquinas foram incorporadas ao cultivo por duas razões: menor esforço físico e evolução na forma de produzir. São cerca de 40 mil mudas por ano.
Aliás, tecnificar a propriedade é o caminho por onde passa a permanência do jovem no interior. Sandra, sua irmã mais velha, mora no interior de Caxias. Lembra ser essencial os pais não serem fechados a inovações, de eles entenderem que os filhos não vão ficar na roça puxando arado com bois e capinando encostas de morro com enxada. No caso dela, os pais logo perceberam que tratores e outros implementos seriam bem-vindos para trabalhar melhor.
Cerca de uma década atrás, várias outras variedades de mudas eram plantadas. Era de um tudo um pouco, mas a experiência mostrou que era preciso segmentar, investir em algumas boas e se qualificar. ’Aí dá para se organizar de um ano para outro, para ter certeza do retorno da venda-, ensina.
’O que me fez ficar aqui foi justamente o apoio que sempre tive em casa-, elogia. ’Na roça é sofrido, mas sempre tem alguma coisa pra colher. E dá pra jogar com o horário pra trabalhar-, comenta. Convicta, diz sem deixar dúvidas: ’Daqui ninguém me tira!-.
E é certo mesmo que ela não vai sair de Sete Colônias. É sua terra, gosta do que faz, quer cuidar dos pais, construir sua história no lugar onde cresceu e sempre viveu.
Crescimento com o mundo sindical
Vanessa ganhou também experiência de vida na vivência sindical. Com 16 anos já era associada ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e com 18 foi convidada para fazer parte da diretoria representando os jovens, e até hoje está lá.
Participando de reuniões, cursos de formação e congressos foi criando convicções e a consciência de que o meio rural era realmente a sua vida. Em 2019, participou da tradicional Marcha das Margaridas, em Brasília. ’Muitas pessoas deveriam conhecer esses lugares para ver o quanto somos privilegiados-, ensina.

 

 

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